Conviver com a ansiedade não é tarefa fácil. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente cerca de 33% da população mundial sofre de algum tipo de transtorno de ansiedade, e o Brasil é um dos primeiro da lista da organização. É bem provável que você conheça um ansioso ou até mesmo seja um.
O ciclo vicioso que o transtorno de ansiedade impõe não afeta apenas o ansioso, mas todos a sua volta. Muitas vezes o próprio indivíduo se nega a procurar ajuda ou simplesmente aceita aquilo por ser parte dele, convivendo com suas dificuldades. Entretanto, isso não deixa de afetar quem está ao seu redor. É preciso muita energia e disposição para estar sempre lidando com as exigências, grosserias e paranoias de alguns indivíduos.
As frustrações de não conseguir explicar o que se está sentindo aumentam a ansiedade gerando mais desgastes entre as partes. Todas as pessoas ao seu redor acabam dentro desse ciclo vicioso de ansiedade, incômodo e ansiedade pelo incômodo.
Comportamento ansioso
Muitos ansiosos costumam falar sem pensar, agir de forma impulsiva, planejando pouco e atuando agressivamente. Isto é percebido como uma defesa automática. Espera-se que as pessoas não entendam como ele pensa o que o torna muito intolerante. Nem o próprio ansioso entende o porquê de algumas atitudes. Esse tipo de comportamento afasta e entristece as pessoas ao seu redor.
Exemplo, quando acredita que algo vai acontecer negativamente simplesmente afirma essa possibilidade o que pra aqueles que não sabem conviver com a ansiedade e com pessoas ansiosas pode soar como um negativismo exagerado. Por outro lado existem ansiosos extremamente meticulosos. O transtorno obsessivo compulsivo por exemplo, gera sintomas de ansiedade, mas é um transtorno bem específico onde se planeja todas as ações baseadas em situação que na sua cabeça são completamente racionais e lógicas e que quando interrompidas geram quase sempre agressividade.
Como conviver com a ansiedade?
Caso perceba sintomas de ansiedade em alguém próximo não desista da relação, tentar ajudar essa pessoa de forma mais equilibrada possível. Conviver com a ansiedade é necessário. Ainda mais no momento em que ela caminha a passos largos para afetar a maioria da população mundial. Não precisa fazer sempre o que o indivíduo solicita mas relevar algumas coisas.
Tentar entender o lado dele pode facilitar a empatia de pensar como ele e entender que muitos de seus pedidos podem não ser racionais. Dessa forma você se tranquilizará. Vale a pena ceder em alguns momentos para evitar conflitos o tempo todo. Buscar a real motivação por trás daquela situação ajuda a entender, tanto para o ansioso como para todos ao redor.
Tranquilidade
Para os ansiosos é uma dificuldade grande da mente descansar, por isso o quanto mais tranquilidade melhor. Evitar conflitos duradouros pois só vão piorar as reações, buscar locais tranquilos e formas leves para conversar sem impor nada. Permita que ele chegue no consenso por ele mesmo, se possível usando os próprios argumentos dele para isso, sem parecer intrusivo.
Faça o ansioso se sentir compreendido
Quando um ansioso diz que não consegue parar de pensar nisso, realmente ele não consegue parar. Deixe que ele fale tudo que está incomodando ele, releve as reações emocionais o máximo que puder e quando ele acabar buscar formas diferentes para aceitar o que ele diz, mesmo que sejam poucas coisas ou ao menos entender o porque que ele não para de pensar nisso. Isso é uma parte difícil mas na frase: “é possível que isso realmente esteja acontecendo, podemos juntos resolver?” faz o ansioso relaxar e aceitar que isso não é algo somente de sua cabeça e aos poucos vai deixando para lá enquanto podem ir resolvendo juntos os reais problemas.
Basta de pressão
Imagine que há pressão e exigência o tempo todo ao seu redor, sobre os que as pessoas impõem sobre você e principalmente sobre o que impõe a si mesmo. Portanto quando menos pressão para trazer soluções ou frases simples com imposições melhor. Eles não conseguem simplesmente relaxar ou se acalmar, então nunca diga isso diretamente para o indivíduo, quando é pedido isso diretamente funciona exatamente ao contrário, evite essas formas, busque levar a pessoa a pensar em coisas leves, trazer lembranças de locais que ele gostou da tranquilidade, formas de levar a mente dele novamente para aquele lugar.
Pequenas mudanças são ótimas mudanças
Caso perceba o esforço e a redução dos níveis de ansiedade comuns no dia-a-dia. Parabenize, elogie, comemore, mesmo que sejam mínimos. Mostre que a dedicação que ele está tendo é merecida e recompensada e dependendo ele vai entender o que foi realmente muito esforço e o que não foi dando mais força para que mais vezes isso aconteça. Mas tenha paciência, alguns movimentos são realmente muito lentos de graduais e ainda pode existir recaídas, tudo em seu devido tempo.
Comunicação é tudo
Se o ansioso precisar conversar com você, não evite-o. Vale a pena deixá-lo falar sobre o que sente. Poucos conseguem perceber quando a ansiedade está chegando, apenas quando já está tomado por ela. Permita que extravasse o que ele precisar assim a ansiedade diminui.
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A auto-hipnose é a indução de sugestões que vão ajudá-lo a restabelecer o estado natural da mente, levando a um estado de concentração focado. Ela faz com que seja possível restabelecer hábitos e controlar a ansiedade, relaxando a mente e o corpo. Reduzindo também os níveis de estresse diário. Auto-Hipnose é uma prática muito parecida com meditação, onde você consegue guiar a sua mente por caminhos mais leves e estáveis.
É bastante comum a mente de um ansioso se desligar da realidade. Logo ferramentas como essa se tornam importantes para guiar seu consciente de volta e tentar buscar um pouco de paz. Essas técnicas podem ser feitas por qualquer pessoa para reduzir temporariamente os sintomas e controlar a ansiedade e suas crises. A longo prazo ainda é aconselhável buscar ajuda especializada para diminuir efetivamente os sintomas a longo prazo.